Abadiânia – Uma peregrinação

Em 2007, apareceu o primeiro câncer. Fui operado, fiz quimioterapia e deu tudo certo. Fiz todos os tratamentos alopatas, homeopatas e alternativos e buscas espirituais. Nesta época, ouvi falar do João de Deus, médium que vive em Abadiânia e tido como grande curador espiritual. Em 2013, nova cirurgia, agora com a retirada total do pulmão esquerdo. Em 2015, uma recidiva e novamente quimioterapia. 

Em dezembro recebi a intuição de que era a hora de ir ao João de Deus — sempre procuro ouvir meu coração e peço ao universo que me oriente. E uma amiga me telefona e conta que é guia oficial da Casa de Dom Inácio, em Abadiânia, lugar de João de Deus.  E, assim, naturalmente, recebi o material sobre a casa, li e fiquei surpreso com a diversidade de opções. 

Antes, devo apresentar João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, João de Abadiânia. Ele nasceu no interior de Goiás em 1942, e teve como primeiro registro de sua mediunidade aos 9 anos, diante de uma premonição. Mas foi na adolescência que foi iniciado ao trabalho mediúnico por intercessão de Santa Rita de Cássia, de quem é devoto. Sofreu durante anos perseguição, prisões, difamações e ameaças, até que recebeu uma psicografia do Dr. Bezerra de Menezes, através de seu amigo Chico Xavier, indicando a cidade de Abadiânia como base de seu trabalho. João de Deus é médium de incorporação totalmente inconsciente, incorpora mais de 30 entidades, seres de luz, que têm como missão amorosa ajudar nos sofrimentos dos seres humanos.

Entendi que a casa era ecumênica — pois todas as tribos se convergem e falam a mesma linguagem: a do Amor. Em março, recebi de presente a ida à Casa de Dom Inácio. Abadiânia está cerca de 1 hora de Goiânia; uma van nos aguardava no aeroporto. Logo na chegada, me chamou a atenção, eram duas cidades: do lado direito da rodovia uma cidade “normal”, do outro lado, apenas uma rua, com hotéis e pousadas dos dois lados, algum comércio local para turistas, restaurantes e cafés. Ao final dessa rua, a Casa de Dom Inácio.

Já era noite quando entramos naquela rua e pude sentir uma outra energia: uma serenidade incrível, a paz presente. Tomamos uma sopa, nos instalamos e fomos dormir. As pessoas que buscam atendimentos na Casa de Dom Inácio são convidadas a usar branco; e, bem cedo, às 7h, já estávamos na casa; achamos um local para sentar e entramos em recolhimento. Às 8h, anúncios e orações, em português, inglês, francês e alemão (eventualmente em italiano e espanhol), abriram os trabalhos. Na cidade, há uma uma quantidade imensa de estrangeiros, que ficam de 15 dias a 3 meses, ou passam a viver no local. Chegam em caravanas de muitos países; o médium é mais conhecido lá fora. As filas de atendimento são separadas em: “operações espontâneas, revisão de saúde, segunda vez e a primeira vez.”

Um grupo, com mais de 100 pessoas, dá suporte a todos os trabalhos, chamado de corrente. Meu corpo reagia à ansiedade. Quando passei por João de Deus, ele me olhou; toquei na sua mão, e ele disse: “cirurgia amanhã”. Recebi orientações, fui para o hotel e, à tarde, conhecemos o complexo, formado por uma grande cantina, uma bela livraria com muitos cristais, as salas de banho de cristal, um restaurante, onde é servida uma sopa após os atendimentos, e os bancos de meditação com um mirante, voltados para o vale — de onde observei o mais bonito nascer do sol. 

Após passar pela cirurgia, fui para o repouso e dormi muito, só parando para  almoçar e jantar uma comida leve. Os atendimentos são gratuitos e os medicamentos são comprados na farmácia, todos são fabricados no laboratório do complexo. Quando a pessoa passa pela entidade, recebe um papel com o nome do remédio. A medicação é a mesma para todos. Mas, quando o atendente coloca o frasco junto à sua receita, o frasco passa a ser só seu, com uma medicação específica, imantada pelos mentores e guias espirituais. A orientação é permanecer em tratamento no local por 72 horas, pois é o período que os mentores atuam diretamente sobre nós, e retornar entre 8 e 60 dias, para a revisão da cirurgia.

Nessa viagem, interagi com pessoas do Irã, que vieram pela mãe com câncer no cérebro, com russos, alemães, franceses, suíços, americanos, sul-americanos, entre muitos outros. Senti-me na própria Torre de Babel. Retornei em Abadiânia e foi maravilhoso, pois as experiências se ampliaram. Recebi muitas bênçãos. Uma delas foi a de ser orientado apenas a tomar um passe, que entendi como sinal de que meu corpo estava ótimo. Eu me sinto assim. Recebi a autorização da entidade para ser um guia oficial da Casa de Dom Inácio; posso levar pessoas para passar pelo processo de três dias de cura. E, veja só… um dos meus trabalhos é levar as pessoas conhecerem lugares sagrados do planeta — e Abadiânia sinto que é um deles. 

Acabei de passar pela revisão com o médico. Os exames de sangue estão excelentes. Fiquei muito feliz, pois há tempos não estavam tão bons. Será que foi resultado de Abadiânia? Não posso afirmar nem sim nem não. Com relação às tomografias, continuam sinalizando que não há mais nada. Eu já estava negativado quando fui para esse espaço espiritual, mas, tenho certeza de que o tratamento contribuirá para que o câncer não volte mais. Foi uma benção. Muitos podem não acreditar… Mas, se um dia você sentir que recebeu um chamado, vá conhecer Abadiânia! Na cidade de João de Deus pode acontecer de tudo, ou apenas ser mais um lugar diferente para se conhecer. Gratidão sempre!

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