É muita chuva!

Já contei aqui que, em 1929, o Monte Serrat, em Santos, desmoronou de tanta chuva. Foram três meses sem parar e o rio Pinheiros encheu tanto que chegou ao Ibirapuera! Desde esse tempo, não me lembro de ter visto tanta chuva na cidade como agora!

Acho que não havia alagamentos porque a água tinha mais liberdade para seguir seu caminho… Havia muito mato, as ruas eram de terra, muito campo – nessa época não havia asfalto, nem bueiros entupidos…

Aqui, na Vila Mariana, o Córrego do Sapateiro (que passa na frente do Matadouro Municipal – hoje Cinemateca) e o Córrego Boa Vista (que está sob a rua Maestro Callia) desembocavam no rio Pinheiros. A água descia lá da colina, lá pros lados da Caixa D’água, e passava pelos Campos dos Barretos, hoje parque Ibirapuera – uma região alagadiça, com solo de várzea.

Aliás, Ibirapuera significa “pau podre ou árvore apodrecida”, em língua tupi; e era onde íamos brincar de caçar sapos ou nadar nos lagos. Em tempos de chuva, ficava muito perigoso andar por lá, pois o volume d’água era muito grande. Hoje, fico imaginado a quantidade de água que passa por debaixo de nossos pés… E até entendo o porquê de tanto alagamento. Posso garantir que em minha época de criança não tínhamos esse problema. Minha mãe só reclamava do barro!