Mais um pouco sobre a Vila Mariana do passado…

O Matadouro Municipal foi um importante marco de crescimento em nosso bairro. Os curtumes chegaram quase na mesma época – um deles era onde é o Senai Anchieta, na rua Gandavo com Mário Cardim. Na rua Tangará, na década de 20, foi aberta a primeira padaria da região. Chamava-se Fidalga, do português David. Nesta mesma época a Lacta instalou-se na rua José Antônio Coelho e muitos moradores conseguiram trabalho. Meus tios Vicente e Rosária eram mestres na fabricação de chocolates. Em 1924,a Lacta pegou fogo e, na década de 50, seus proprietários Zanotta e Lourenci a venderam para Ademar de Barros.

Na esquina da rua França Pinto com Joaquim Távora havia uma importante litografia chamada Rebizzi, a família toda cortava o cabelo comigo. Depois foi vendida para a Estamparia Caravelas e depois para a Perfumaria Bozzano – o sr. Bozzano também foi meu cliente. Na rua Rio Grande próxima à França Pinto, havia uma cervejaria chamada Moravia cujo dono, José Morais – que frequentava meu salão – vendeu para uma marca chamada Cascatinha do Rio, que desativou a fabricação e passou a se chamar Brahma . O local virou um depósito de ingredientes da cervejaria, como cevada, lupo etc.

Em frente ao meu atual salão, na rua França Pinto, havia uma fábrica de caixas de rádio dos irmãos dinamarqueses Vilis. Depois transformou-se em laboratório Médico de Mário Spaliti e atualmente é um estacionamento de carros da telefônica.

Grande parte da vizinhança trabalhava nas fábricas e gastava seu salário no comércio da própria redondeza, o que fazia nossa região prosperar. Os donos dos empórios eram pessoas de famílias tradicionais, como seu Américo Elias, que (claro!) era meu cliente.