Dia da fartura

Meu Natal de criança era o dia de fartura. Quando, na mesma refeição, eram servidos leitão, frango e cabrito. A reunião era em torno de uma mesa preparada especialmente para a ocasião. Não tinha a obrigação da troca de presentes, como é hoje em dia, nem tinha esta história de Papai Noel.

A preparação da festa começava na véspera, com as mulheres reunidas diante do forno de barro. Era também o dia das crianças irem dormir mais cedo, para que os adultos atravessassem a madrugada, sentados à mesa conversando.

De manhã, minha mãe colocava roupa nova na gente para, com os amigos, sairmos correndo pela vizinhança, pedindo a benção e recebendo algumas moedas de presente! Hoje, aos 92 anos, não dá para eu sair correndo por aí como antigamente, então, aos amigos deixo aqui meus votos de Boas Festas e próspero Ano Novo!