As grandes empresas do bairro
Nasci na Vila Mariana, em 1917, e a minha lem-brança da Vila Mariana é de muita natureza: ruas de terra, árvores frutíferas e chácaras que vendiam flores, frutas e legumes. Na casa do meu avô, eu comia pêssego, caqui, uva, pera no pomar.
Foi por volta de 1925 que grandes lotes de terra foram sendo vendidos, para a construção das indústrias. Na esquina da Rua Joaquim Távora com a Humberto I, foi construída a fábrica Bozzano, que fazia uma linha de cosméticos e cheirava a esmalte. Também na Joaquim Távora com a Domingos de Morais havia uma fábrica de fósforos, que uma vez pegou fogo. Tinha também a fábrica de pianos Brasil, cujo dono era o presidente do Palestra Itália, e a fábrica de chocolate Lacta, na Rua José Antônio Coelho – que também pegou fogo, e o bairro ficou com cheiro de chocolate. A fábrica da Walita produzia ventiladores e ficava na Rua Dr. Álvaro Alvim, onde é a Belas Artes, e a de lustres, onde foi construído o Sesc Vila Mariana.
Foi em 1960 que os primeiros prédios começaram a surgir, e não parou mais!