Ao nascer, recebi um milagre

Minha mãe costumava dizer que logo que nasci, em 1918, recebi um milagre, pois contraí a gripe espanhola ainda bebê. O padre resolveu me batizar em casa, achando que eu ia morrer! Mais tarde, fui batizado de novo, na Igreja Santa Generosa, paróquia da Vila Mariana, que era frequentada pelos imigrantes italianos. Aliás, para a comunidade italiana tudo era motivo de festa: batizados, casamentos, 1ª Comunhão… Que terminava com muita comida e bebida! Quando havia as quermesses na paróquia, era a oportunidade de ficar bem bonito e elegante para conhecer as moças.

Minha família era muito religiosa. Lembro quando minha avó levou meu filho à missa e disse: — “Afonsinho, na Igreja a gente não faz barulho!” E quando o padre começou a incensar a igreja, meu filho, indignado,  disse: — “Vó, o padre está fazendo barulho!!!”

Desde que fiquei adulto, só vou à igreja quando sou convidado para alguma celebração, mas, eu faço minhas orações todos os dias, antes de dormir!