Numa conversa no trabalho, uma ajudante de cozinha disse que seu sonho era ser uma chefe de cozinha igual às da televisão.

Quando lhe perguntei por que, já que me disse que detestava cozinhar, ela soltou a máxima, como se fosse uma bala de canhão direto no estômago ou uma indigesta salada de pepino.

Ela disse: “Ah! Eu quero ser famosa! Colocar pepinos nos olhos, e que os outros me olhem com admiração!”.

Concluí o quanto nossa cultura é mecânica, desprovida de alma.

Na fogueira das vaidades de nossa mísera existência, as ambições que nos atormentam são sempre mesquinhas.

Desprovidos de alma nos tornamos parte de uma engrenagem, na caça ao poder conferido pelo olhar invejoso dos outros.

Realmente os famosos são objeto de fascinação, por serem, de certa forma, a caricatura fiel de nossos desejos subjetivos.

Na verdade, os que procuram a fama são frágeis, pois são os que mais necessitam e buscam o olhar aprobatório dos outros.

Os famosos são também objeto de ódio, por parte daqueles que desejam sua fama.

Por sua vez, eles também odeiam, ameaçados de anulação pelo medo de que os outros não gostem mais deles, ou, pior, os ignorem.

Então imolam suas vítimas eleitas no altar de sua vaidade.

Afinal, como ousam?

CONSERVA DE PEPINO

INGREDIENTES:

-1kg de pepino japonês cortado em rodelas finas

-1/2 litro shoyu suave

– 1/2 litro de água

– 2 colheres de sopa de gengibre ralado

– ½ kg de açúcar

PREPARO:

Faça uma calda com shoyu, a água, o gengibre e o açúcar. Espere ferver, jogue os pepinos e ferva por 3 minutos. Desligue o fogo e transfira para um recipiente de vidro, guardando-os na geladeira. Sirva depois de três dias.

Dura um mês, na geladeira.

Felipe Ciutat é chef de cozinha do Restaurante O Vegetariano: 

Av. Jabaquara, 1126. Tel:  5587-3785