Quero voltar para Moscou!

Após muitos planos e expectativas, finalmente pousei no aeroporto de Moscou. Foi em abril, no começo da Primavera e a temperatura não passava de dez graus o que foi ótimo: assim não se morre de frio, mas experimenta o gostinho dos ares gelados da Rússia.

Como estudante universitária fiz uma viagem mais barata com um roteiro próprio, o que deu um toque a mais de emoção em toda viagem. O fato de ter um acompanhante que falava russo também ajudou muito, pois não precisamos de guias e fizemos nossos próprios passeios turísticos. Nosso roteiro de dez dias envolvia três cidades; Moscou cinco dias, Novgorod, dois e St. Petesburgo, três dias.

Logo que cheguei já deu para constatar que Moscou é uma cidade belíssima, onde as pessoas são bem vestidas e educadas. Pegamos o metrô até o hotel, e fiquei impressionada. Além de ser maravilhoso é extremamente barato. Com alguns rublos você pode andar por toda Moscou e ainda tem um show de estações de graça! Elas são maravilhosas, cada uma um museu com diferentes histórias. Uma das mais bonitas é a Komsomolskaya, onde podemos encontrar a história do país em mosaicos pelo longo teto da estação.

Construído em 1935, durante o governo de Joseph Stálin, o metrô de Moscou é um dos mais freqüentados do mundo, por onde passam 8 milhões de pessoas por dia, numa cidade de pouco mais de 10 milhões. Tem 173 estações, numa rede de 12 linhas. Algumas estações construídas durante a Segunda Guerra Mundial, outras, que passam sob o rio Moscou, são profundas e foram planejadas para serem abrigos seguros em caso de bombardeio. As estações construídas sob os governos de Nikita Kruschev e Leonid Brezhnev, entre 1950 e 70, são mais austeras e com uma decoração bem mais simples, apenas azulejos e colunas. Dos anos 80 para cá, as novas estações receberam projetos mais extravagantes e arrojados. Mas uma coisa elas têm em comum: são limpas – quase livres de pichação e publicidade – e têm um desenho básico: escadas rolantes estreitas e longuíssimas (a maior é da estação Park Pobedy, com mais de 120 metros) que desembocam na plataforma de embarque, um corredor ladeado pelos trens, cada um em sua direção.

Moscou é abençoada pela sua história. Na Praça Vermelha vi a Catedral de São Basílio que foi construída a pedido do Czar Ivan (O Terrível). Dizem que depois de concluída a obra o soberano mandou cegar o arquiteto para que ele nunca mais pudesse construir algo tão belo. Ela se encontra em frente à Torre Spasskaya do Kremlin e quase ao lado do mausoléu do Lênin.

Quem for viajar com crianças, não pode deixar de conhecer a loja de brinquedos Detskmir. Um shopping gigantesco repleto de brinquedos, estátuas de Lego, roupas, brinquedos colecionáveis e até um Carrossel enorme, dourado, no centro de tudo! Moscou é realmente fascinante, as pessoas, as cores, a arquitetura, a história e a arte.

Fui para Novgorod. Uma cidade pequena, na verdade, bastante parada, sem muito que fazer. Suas igrejas são lindas e vale visitar para ver a vista do Kremlin. Neste, especialmente, há um bosque mágico, onde encontrei um restinho de neve.

Já em São Petesburgo os três dias não foram o suficiente para ver tudo o que eu queria. Recomendo separar pelo menos um dia só para visitar o Hermitage – é para chegar na hora em que é aberto e ficar até fechar!!! Esse fabuloso museu foi o castelo de inverno da família Real. É gigantesco. Por dentro é dividido em muitos ambientes espalhados pelos três andares. O primeiro é quase inteiro sobre a família real – móveis, quadros, tapeçarias, vestimenta, armaduras, armas, salões de trono, vasos (de dois metros de altura) etc. Nos outros andares, há obras de Van Gogh, Matisse, Monet, Michelangelo, da cultura chinesa e um salão inteiro só sobre o Egito – com múmias, túmulos, entre outras. Os salões são cobertos de ouro, arcos imensos! Cada detalhe é exuberante: os livros da biblioteca real, os lustres… Tudo!

Do lado de fora do museu eu brinquei com um pequeno filhote de urso. O dono cobrava 300 rublos por uma foto com o bichinho! Lembro que foi muito engraçado: comecei a fazer carinho no ursinho e ele começou me escalar e me abraçou. Na hora eu quis levar ele embora, mas de repente o dono do urso começou a gritar e andar bravo em minha direção. Coloquei o urso no chão achando que ia levar uma bronca em russo, quando na verdade quem levou a bronca foi ele! Neste dia fez muito frio e o vento gelado dos canais não ajudou muito. Aproveitei também em St. Petesburgo para visitar a estação de trem Finlândia. Famosa pela estatua de Lênin e por onde após o exílio, ele desembarcou em primeiro lugar.

A Rússia é simplesmente encantadora. Se você diz que é brasileiro, os russos abrem um sorriso. Começam a falar, é claro, de futebol! Mas não só do Ronaldinho, não! É sobre o Cruzeiro, a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro… No hotel de Moscou tinha até uma tabela de futebol da Copa Libertadores. Para se ter uma idéia, ficamos sabendo o placar do jogo São Paulo X Palmeiras sem ter que fazer um telefone e sem entrar na internet. Não vejo a hora de voltar a Moscou!

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