No coração da floresta amazônica!

Pense numa viagem totalmente diferente. Pense em ver com seus próprios olhos aquilo que você não imagina existir por morar numa megametrópole como São Paulo. Espero que curtam o relato dessa nossa viagem por Alter do Chão e Reserva Mamirauá. Foi uma viagem sensacional e totalmente cultural, marcante, divertida e com gosto de quero mais.

Iniciamos o roteiro por Alter do Chão (PA), onde conhecemos o guia Marcelo, que, pilotando seu barco, nos levou para conhecermos a Serra da Piraoca. Outro guia, Pierrinho, nos acompanhou, um garoto de 22 anos, filho de um suíço e de uma paraense e que tem uma vida sensacional. A energia elétrica chegou há 2 anos em sua casa, um lugar onde não há paredes, por isso é fácil pre-senciar os macacos de cheiro roubando comida! Tivemos o prazer de ver um esplêndido pôr do sol na Ponta do Cururu com um show dos botos Tucuxis.

A trilha na Comunidade Jamaraquá, que está dentro da Floresta Nacional de Tapajós, é de mata tão fechada que você não sente os mosquitos. Isso nos permitiu fazer a trilha de 9 km de shorts e camisetas. A Floresta Amazônica é tão diversa quanto sua vegetação — na saída da mata, levei várias picadas da formiga de fogo.Pois é,isso é parte da viagem…

Essa comunidade faz parte do projeto de manejo florestal sustentável da Amazônia. Ela se utiliza dos recursos naturais para sobreviver,  vive das plantações de farinha de mandioca e do arroz e do feijão para sobreviver. Outra fonte de renda dessa população riberirinha é o couro ecológico artesanal, derivado do látex.

Contudo, o mais delicioso local que conhecemos foi no Jari, onde pudemos ver uma diversidade de aves de todos os tamanhos, as preguiças e seus filhotes. E entender o significado de uma casa construída de madeira sem paredes a 2m do chão. Na época das cheias, a água do rio sobe e os pilares de 2 metros simplesmente desaparecem, ficando somente a casa à vista. 

Pela primeira vez surfamos nas ondas do rio Tapajós com nosso querido guia Marcelo. Pense em uma aventura por esse rio, pois foi isso que vivemos e queremos mais. E para repor nossas energias, nada mais acolhedor que o delicioso bangalô da Vila de Alter, uma pousada charmosíssima, onde o café da manhã é servido na sacada do bangalô com sucos naturais, pães, geleias, bolos, enfim, tudo feito no próprio local. 

Nossa próxima parada foi na Reserva Mamirauá (AM), onde chegamos somente de barco, pois a pousada é flutuante e todo o sistema é feito através da captação da luz solar, ou seja, em dia nublado você corre o risco de não ter ventilador para se refrescar nas horas de descanso. Uma experiência ímpar se hospedar em um quarto flutuante cercado de jacarés que passam a noite em busca de alimentos fazendo barulhos que não nos deixam dormir. E acordar com um morcego deitado ao lado do seu travesseiro… E ver um sapo sentado ao seu lado no banco… 

Pudemos conhecer o projeto da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) brasileira por meio da ambientalista Lana, que nos acompanhou em todos os passeios e nos apresentou o projeto feito na Reserva. Simplesmente indescritível!

Os habitantes locais são pessoas extremamente receptivas e estão sempre prontos para conversar conosco sobre as histórias do lugar. Nos passeios, a rica fauna de lindos pássaros, dos macacos de diversos tamanhos brincando entre as árvores, e dos jacarés, que nos rodeiam.

Nossa visita à Comunidade Caburini foi espetacular, graças ao senhor Sandro, que nos explicou muitas histórias sobre a região. Ele contou que atualmente moram somente 9 famílias na comunidade, que não possui energia elétrica. Ou seja, a comida deve ser feita todos os dias e em todas as refeições porque não tem local de armazenamento e o gelo para ser colocado em isopor tem que ser comprado em outra comunidade, onde o acesso é somente de barco. 

Na Comunidade de Caburini são plantados alimentos para o consumo dos nativos e quando a plantação é mais farta, eles conseguem vender. O local é de uma simplicidade e de uma lição de vida de encher olhos e coração. 

Após conversar com o senhor Sandro, o que achamos mais lindo foi ele dizer: “Sabe, sou muito feliz aqui! Esse é o nosso Brasil das diversidades e onde nos encantamos com as coisas mais simples da vida para aprendermos que a riqueza está dentro de cada um de nós”.

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