Louca Geografia!

O Chile é o país da América Latina que vive o melhor momento. E com jeito de sul-americanos de verdade, sem essa mania de chamar as boas cidades daqui de pedacinhos da Europa ou dos Estados Unidos. O que encontramos aos pés dos Andes é um povo em equilíbrio social e culturalmente integrado aos seus vizinhos, ao contrário do Brasil que, possivelmente por causa do idioma, é isolado dos vizinhos latinos.

É só olhar o mapa e ver a extensão do território chileno: uma faixa estreita de 4 300 quilômetros de Norte a Sul e apenas 175 quilômetros de largura. A geografia, com a cordilheira dos Andes ao Leste, o oceano Pacífico ao Oeste, o deserto de Atacama ao Norte, o Cabo de Hornos ao Sul, permite viver as quatro estações do ano. São praias, vulcões , espelhados por grandes lagos e o deserto mais árido do mundo. Sem falar da neve dos Andes e do extremo Sul, a Patagônia!

A capital Santiago é uma metrópole com mais de 5 milhões de habitantes. As ruas conciliam a aparência moderna dos grandes centros urbanos com áreas verdes e parques. As pessoas são receptivas e demonstram orgulho da cidade.

A Avenida Providencia fica no bairro homônimo e, embora não seja no Centro, é a principal da cidade. É larga e movimentada e chama a atenção o grande número de pedestres. Nela, estão lojas e centros comerciais que caracterizam e exemplificam o estilo de vida chileno. Ruas daquela região também podem ser exploradas. Na Guardia Vieja, por exemplo, há uma casa de tango com o estilo tradicional argentino e, ao lado, um excelente restaurante japonês que prova a qualidade do salmão local.

O Centro da cidade é movimentado e considerado o lugar menos seguro. Porém, nada mais grave do que alguns furtos cometidos por batedores de carteira. Nesse bairro, estão a Plaza de Armas, sede do governo onde acontece a tradicional troca da guarda, e o Mercado Municipal, lugar indicado para comer Centolla, um caranguejo do Oceano Pacífico que chega a pesar 3 quilos.

A noite apresenta várias opções, mas não é tão diversificada como a de São Paulo ou Buenos Aires. Além de shows, há bons bares e baladas na Avenida Suécia e no bairro da Bella Vista. Destaque para o Pátio Bellavista, espécie de galeria a céu aberto que reúne bares, restaurantes e pequenas lojas. Local certo para tomar Pisco Sauer, a caipirinha chilena, com a diferença de ser produzida a partir da uva.

Viña Del Mar e Valparaiso são outras duas cidades de fácil acesso. A primeira, uma praia dedicada aos turistas, é famosa pelo Festival de Música. Na segunda, por abrigar uma das casas, hoje museu, do poeta Pablo Neruda, que tem uma obra chamada”Chile o una loca geografia”.

Outro passeio que merece metade de um dia para ser feito é o Valle Nevado, uma das maiores superfícies esquiáveis do Hemisfério Sul. É curioso, principalmente para brasileiros, subir a sinuosa estrada da cordilheira dos Andes – 60 curvas em “U”, além das mais amenas. Depois do percurso, um complexo de hotéis e pistas de esqui pode ser observado. Porém, só há neve o ano inteiro em alguns pontos e se quiser esquiar, irá depender da época.

Como em qualquer cidade, andar a pé e sentir o local é uma boa opção para conhecer o comportamento e a qualidade de vida das pessoas. As ruas predominantemente planas e a vista da Cordilheira dos Andes desde vários pontos da cidade são bons atrativos para as caminhadas.

É bom ver que há chance para a América Latina. Viajar ao Chile é uma opção válida para as férias ou para um feriado rápido. Santiago é mais do que uma cidade no meio do caminho para uma temporada de esqui. A capital organizada e acolhedora merece uma visita sem pressa. As estações de esqui também são bons passeios – mas, atenção, se estiver com crianças deixe a neve para o final da viagem, pois para elas é a maior diversão. E se tiver mais tempo, vale esticar até os lagos.

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