Meu vizinho mendigo

Dizem alguns estudiosos que o ser humano, saudável emocionalmente, deve ser capaz de reconhecer expressões faciais. Emoções como raiva, medo, alegria e tristeza devem ser identificadas pelo simples olhar atento, dando condições para a manifestação de uma faculdade poderosa que nos une, seres da mesma espécie: a empatia.

Através da empatia, viabilizamos uma proeza: NOS COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO, abrindo a porta de saída do egoísmo. É ela que nos permite chorar junto, dividir o fardo ou multiplicar as alegrias e nos ajuda a frear diante de impulsos de crueldade.

E pasmem, essa capacidade, como outra qualquer, PODE SER TREINADA. Quanto mais compartilharmos sentimentos e experiências, nos aproximando das pessoas, mais sensíveis e humanos nos tornamos. Humanos… IGUAIS. Conseguimos fazer ao outro aquilo que gostaríamos que nos fizessem, já que somos idênticos.

E o contrário também acontece. Quanto mais enfático às diferenças, desqualificando os atributos humanos do outro, mais longe da espécie estaremos. Até o ponto que alguém não passe de um “objeto andante”, sem importância alguma na minha escala de prioridades. Eu sequer o vejo diante de mim e é dele a responsabilidade de ser assim.

Alguns vão dizer: “E qual o problema disso? Estou apenas me protegendo…” 

Bom, é complicado dissertar sobre escolhas. Da minha parte, procuro sempre a reflexão e vejo que a segregação é um troço que só cresce se não tomarmos os devidos cuidados. Qualquer pessoa que conheça um pouco de história vai saber onde terminaram alguns casos de insensibilidade coletiva. O silêncio dos bons….

Até.

Jean Massumi é massoterapeuta

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