Fazendo o que é certo

Como vocês estão percebendo, queridos amigos do Pedaço, venho dividindo de modo cada vez mais frequente minhas reflexões em torno de assuntos morais. O principal motivo é perceber uma carência de opinião sustentada por argumentos mesmo nas conversas mais informais e o quanto isso tem afetado nossas relações. 

Assuntos como tolerância, civilidade ou o “politicamente correto” estão caindo em polarizações partidárias radicais — e estamos nos esquecendo dos infinitos matizes entre os extremos.

Nessas, acabamos reproduzindo, como papagaios, opiniões de outras pessoas, instituições ou veículos de mídia, sem ao menos pensarmos naquilo que falamos. Assumimos um papel de guardiões de “verdades absolutas”, apenas porque fazem um certo sentido em uma análise mais rápida e rasa.

Para quê refletir ou meditar? — perguntarão alguns. Numa resposta direta e pretensiosa, meditar leva a um pensamento profundo e direcionado, e vai, lentamente, dilatando os níveis de compreensão sobre o assunto escolhido.

Mergulhar em diferentes oceanos nos revela mundos distintos, com cores e diversidade próprias de cada lugar e, quando as águas estão turvas ou o fôlego é pouco, aprendemos a respeitar nossos limites. Descobrimos detalhes em nós mesmos, em nossos mares mentais. Oras, se clamamos por um conjunto social mais lúcido e autônomo, como chegar num resultado coletivo sem passar pelo individual? Como falar em justiça sem nunca ter pensado em direitos e deveres? Como falar de tolerância, sem antes refletirmos sobre nossos preconceitos?

Fazer a coisa certa num momento social em que temos preguiça de pensar e/ou distribuímos nossas responsabilidades motivados pelo conceito do menor esforço, caímos numa daquelas utopias traiçoeiras cujo efeito colateral vem a cavalo. 

Fazer a coisa certa não é conclusão, é caminho. E o resultado na melhor e na pior das hipóteses é surpreendentemente o mesmo: o autoconhecimento.

Como sempre e mais do que nunca: REFLITAMOS!! Até a próxima!

Jean Massumi é massoterapeuta

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