Centenário de nascimento de Mário Quintana

Mário de Miranda Quintana nasceu dia 30 de julho de 1906, na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul. Seus pais, o farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda Quintana, ensinaram ao poeta aquilo que seria uma de suas maiores formas de expressão – a escrita. Ainda na infância, inicia o aprendizado da língua francesa. Em 1919, em regime de internato no Colégio Militar de Porto Alegre, publica seus primeiros trabalhos na revista Hyloea, da Sociedade Cívica e Literária dos Alunos do Colégio Militar. Aos 17 anos publica um soneto em jornal de Alegrete, com o pseudônimo JB. Em 1925 começa a trabalhar no setor de literatura estrangeira da Livraria do Globo, uma das mais ativas editoras do país na época, quando em 1940 publica seu primeiro livro de sonetos, “A Rua dos Cataventos”. A obra obtem uma grande repercussão e seus sonetos passam a figurar em livros escolares e antologias.

Ao longo de sua carreira, Mário Quintana recebeu diversas homenagens, entre elas o título de cidadão Honorário concedido pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, pela prefeitura, uma placa de bronze na praça principal da cidade onde estão as palavras do poeta: “um engano em bronze é um engano eterno”. Recebeu também o Prêmio Machado de Assis, conferido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Por três vezes foi indicado à cadeira de imortal, mas o fato de não tê-la conquistado não fez o poeta perder seu humor e sarcasmo. Em resposta, compôs o Poeminha do Contra: “Todos esses ai estão/atravancando meu caminho,/ eles passarão…/ e eu passarinho!”.

Falecido em 1994, a figura do poeta ganha outros contornos numa obra sólida e variada que toca a alma com a simplicidade do grande poeta: “Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras” – escreveu.

Em homenagem ao centenário, a editora Nova Aguilar lançou “Mario Quintana – poesia completa”. Preparado pela crítica e professora Tania Carvalhal a obra reúne, pela primeira vez, os 15 livros de poesia publicados em vida por Mario Quintana, o livro póstumo “Água” e os cinco livros de poemas para a infância. Há ainda poemas dos amigos intelectuais e admiradores como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira e crônicas de Paulo Mendes Campos, Fausto Cunha e Paulo Rónai.