A vitrine do irreal

Facebook, Twitter, WhatsApp, Youtube, Wikis ou, genericamente, Redes Sociais. 

E, por que “Sociais”? Porque desempenham uma função de socialização, de comunicação, de compartilhamento de informações e conteúdos, conectando as pessoas. Na teoria funcionaria como a democratização definitiva do conhecimento, do entretenimento e dos “acessos”. Na prática, está se tornando uma vitrine irreal de manifestações que obedecem a interesses pessoais ou institucionais.

Às vezes, as pessoas resolvem “falar sério” nas redes. E o sério de um colide com o sério do outro em manifestações agressivas e embates virtuais. Outras vezes, as redes se tornam meios para a canalização de ódio e preconceito e disseminação de boatos e notícias falsas. Notem que sempre existe o interesse (pessoal/institucional) nos posts, mesmo quando camuflado de “zueira”.

Positivo? Negativo? Um pouco dos dois. Chamo a atenção para a construção dessa nova retórica. Uma retórica confusa e inconsequente que se distanciou da  coesão argumentativa proporcionada pela lógica (e do uso satisfatório do nosso idioma). Uma retórica fugaz, leviana, que faz e deixa estragos profundos, mas que cumpre um papel “comunicativo”, que anda na contramão dos próprios propósitos e valoriza mais a opinião que o consenso.

Longe de mim prantear a erudição dos mestres da Antiguidade — ou defender o intelectualismo onanista de outros. Mas entender e ser compreendido é a base de qualquer relação, seja ela acadêmica ou pessoal. Renunciar a isso em prol de “likes” pode ser sinal de desonestidade a caminho.

Não tenho dúvidas de que as Redes Sociais sejam interessantes… só que elas poderiam passar um tempo maior de boca fechada…

Abração e até a próxima.

Jean Massumi é massoterapeuta

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