Meu pai me ensinou

Meu pai, Afonso Villano, nasceu em 1893, na Itália, e chegou ao Brasil em 1909. Era um homem sério e trabalhador. Antes de se casar com minha mãe, trabalhou na Light, na Brahma, como padeiro de padaria e pintor de paredes. Depois, passou a trabalhar com os primos de minha mãe que pertencem a uma tradicional família do bairro: os Nastari. Casou-se aos 21 anos, quando estourou a 1º Guerra Mundial. Minha irmã nasceu em 1915 e eu, três anos depois.

Meu pai era muito severo com os filhos e, como eu aprontava sempre, levava muitos tapas na bunda. Tinha grande respeito por ele, que me colocou para aprender a profissão de barbeiro aos 12 anos, com o irmão de meu avô, tio Adolfo.

A partir daí, de manhã ia à escola e à tarde trabalhava com o meu tio no salão de barbeiro. Nessa idade, eu já ajudava em casa com meu salário, até que, com o passar do tempo, comecei a ganhar mais do que meu pai.

Ele sempre me dizia: “Ande com boas companhias, sempre com pessoas melhores que você, que lhe dê bons exemplos”. Ele morreu em 1970, eu tinha 53 anos, e sigo seus conselhos até hoje.