Memórias da Vila
Como já contei foi graças ao Matadouro Municipal que os imigrantes italianos conseguiram seu primeiro emprego quando chegaram aqui na Vila Mariana. Muitos deles enriqueceram vendendo, em carroças, os miúdos pelo bairro. Mas foram as inúmeras fábricas que aqui se instalaram, como a Lacta, as de cera Parquetina e Record, a Bozzano, a Wallita, a Estamparia Reebizzi, entre outras, que deram emprego aos descendentes de italianos e a outros moradores da região. Com isso, a Vila Mariana cresceu e possibilitou a todos melhorar de vida.
Na época, além dos jornais Folha da Manhã (hoje Folha de S.Paulo), Estado de S. Paulo, A Gazeta e Correio Paulista, existiam dois jornais italianos que eu comprava para os meus clientes, o Fanfalla e o Picollo. Em um deles trabalhava o jornalista Núncio Nastari, de uma das famílias mais tradicionais do bairro, dona na época de terrenos que iam da rua Humberto I até à Dr. Álvaro Alvim. Depois da segunda Guerra, os jornais deixaram de ser publicados.
Sempre vivi e trabalhei aqui no bairro. Na foto de 1958, está meu salão, então na rua Rio Grande. Hoje tenho uma coluna no Pedaço da Vila que me deu a oportunidade de contar minhas memórias aos leitores que não acompanharam o crescimento da Vila Mariana. Para mim é importante que as pessoas saibam a história do lugar onde vivem para, conhecendo a Vila Mariana como conheço, poderem amá-la como eu!