Histórias de Família
Antigamente, a gente namorava com a intenção de casar. E como não tinha muito tempo para me divertir, pois era o irmão mais velho de sete filhos, trabalhava muito para ajudar a família. Por isso, só tive apenas duas namoradas e foi com a última que me casei, Maria de Oliveira, que conheci na rua Rio Grande. Ela saiu de Serra Negra com seus pais para viver na Vila Mariana. Nosso namoro era com muito respeito. Íamos ao Cine Fênix, na rua Domingos de Moraes e no Cine Paraíso, na rua Paraíso. Passeávamos na represa de Santo Amaro e, no Carnaval, divertíamos no Clube Humberto I – hoje Clube Vila Mariana. Minha mulher gostava muito de bailes…
Depois de 4 anos, nos casamos. Demorei todo este tempo para casar porque tinha a responsabilidade de ajudar minha família, mas – vejam só – meus pais me obrigaram! Aí, fiz uns cálculos e descobri que mesmo casando daria para continuar ajudando minha família.
Viajávamos muito para Santos de trem, minha Lua de Mel foi lá. A foto foi tirada no dia 27 de dezembro de 1944. Na época, era proibido até atravessar a rua da praia de maiô Tínhamos que alugar uma gabine entre as muitas espalhadas pela areia, só para isso.
O único problema entre mim e minha esposa era que ela detestava futebol e, como sempre foi muito ciumenta, queria me acompanhar nos finais de semana ao Clube Palestra Itália, do qual era sócio. Então, deixei o Clube e comecei a fazer com ela outros programas. Peguei o dinheiro reservado à mensalidade do Palestra, e redirecionei para o Lar Escola São Francisco. Todos os domingos, depois do almoço, descia a rua França Pinto para cortar os cabelos dos assistidos pela entidade. Tenho muitos amigos daquela época, hoje pais de família!
Minha esposa faleceu em 1985. Com ela, tive três filhos: Afonso, que nasceu em 1946; Ida, em 1948; e Ilda (nome da parteira), em 1950, que me deram oito netos e 2 bisnetos.