Lelia C. Bascunán

A pedagoga e orientadora educacional, mestre em Educação na área de Psicologia da Educação e terapeuta consciencial pelo Centro de Difusão de Estudos da Consciência (CDEC), na rua Áurea, explica como são as crianças índigo, uma nova geração que vem com a missão de romper as estruturas sociais estabelecidas para ajudar a humanidade a evoluir.

Pedaço da Vila: O que é uma criança índigo?
Lelia C. Bascuñán: Podemos definir as crianças índigo? Posso dizer algumas características que parecem ser comum no tipo de vibração, com padrão diferente, que elas trazem, uma energia de força. A vibração energética das crianças índigo está adequada às mudanças que se tornaram necessárias à humanidade. De acordo com o autor e educador espanhol José Manuel Piedrafita Moreno, que se reconhece como índigo adulto, as crianças índigo são aquelas que, pela sua energia, causarão a ruptura dos moldes estabelecidos em toda a sociedade. Estas crianças estão espalhadas pelo mundo, não são exclusivas de determinada classe social, raça ou cor.

P.daVila: Existem estudos científicos sobre o tema?
L.C.B.: Os pesquisadores e PhDs americanos Lee Carroll e Jan Tober, na década de 80, defendiam a hipótese de que algumas crianças tinham um sistema bioquímico diferente, possibilitando-lhes o uso dos dois hemisférios cerebrais. Eles escreveram o primeiro livro “Crianças Índigo”, publicado em 1999. A professora e PhD, Nancy Ann Tappe, já na década de 70, publicou o livro “Entendendo sua vida através da cor”, foi ela quem deu o nome de índigo a esse tipo de criança. Nancy tem uma função neurológica, diagnosticada cientificamente, que lhe permite “ver” a aura, o campo eletromagnético de todo ser vivo.

P.daVila: Desde quando elas estão nascendo?
L.C.B.: Considerando só as crianças chamadas de índigo, elas começaram a chegar em maior número a partir da década de 70, o que não quer dizer que antes disso não existisse esta energia na Terra. Para muitos estudiosos do assunto – e para os próprios índigo que hoje são adultos – sempre houve esta energia na Terra, mas nasciam em pequeno numero. Só depois da 2ª Guerra Mundial, o nascimentos de índigo aumentaram consideravelmente, mesmo assim eram poucos para a necessidade do planeta. Hoje alguns autores americanos chegam a dizer que na década de 90, 88% dos nascimentos são de crianças índigo.

P.daVila: Qual é a missão delas?
L.C.B.: Elas começaram a chegar como uma forma de ajudar à humanidade na sua evolução, para rompimento de moldes estabelecidos, seja na educação, na sociedade e na espiritualidade. Para isso, vieram com uma consciência mais ampla da vida, sabendo ser amorosos quando necessário, mas também firmes quando se tratam de romper paradigmas e mostrar o que há de errado, inclusive aos pais.

P.daVila: Como perceber se a criança é índigo?
L.C.B.: Estas crianças são muito inteligentes também emocionalmente, tem clareza de raciocínio, agem às vezes sem medir as conseqüências – são bastante inquietas. Normalmente, são erroneamente diagnosticadas pelos psiquiatras e psicólogos como portadores de transtornos de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou de deficit de Atenção (TDA). Seu comportamento é diferente de uma criança comum, tem novas necessidades e estabelecem relações sem aceitar a convenção. Nasceram para aprender: todos com todos, sem barreira de idade.Transformadoras, quebram padrões em busca de alternativas para uma sobrevivência mais humanitária, mas se não a encontram, tornam-se violentas. Para as crianças índigo, as pessoas estão juntas porque tem de estar, não por qualquer tipo de dependência. Isto choca os adultos que não aceitam que uma criança possa lhes ensinar alguma coisa. 

P.daVila: Como educá-las e discipliná-las?
L.C.B.: Acredito que a melhor maneira de educar uma criança índigo é, em primeiro lugar, ter a paciência de ouvi-los, sem preconceitos. Mostrar também que, antes de agir, deve conhecer o mundo onde está vivendo, ou seja, conhecer como funciona nossa organização social. Claro que devemos fazer isso partindo do lar, da escola, dando como referência os lugares que ela freqüenta. É primordial orientar seu comportamento, determinar limites. Deixar claro que assim como nós aprendemos com ela, a recíproca é verdadeira: devem aprender com os adultos sobre este mundo.

P.daVila: As escolas estão preparadas para aceitar essas crianças?
L.C.B.: Diria que não é a escola, esta é apenas uma instituição. Quem ainda não está preparado é o docente, ao menos uma ampla parcela de educadores que não sabe como tratá-las. Já os que percebem a diferença, não podem fazer muito. É praticamente impossível atender quarenta ou mais crianças ao mesmo tempo. Há também escolas em que seu corpo docente é preparado, mas seu acesso é caro. Portanto, é um número muito reduzido de crianças índigo sendo atendidas conforme suas características.

P.daVila: Elas são um talento ou um problema?
L.C.B.: Talento elas já são, mas como qualquer criança, as índigo podem chegar a ser um problema – para si mesmos, para a família e para a sociedade. Porque sem um apoio, sem uma compreensão, sem ao menos um adulto que as guie com firmeza e amorosidade, elas perdem o rumo. Desta forma ficam perdidas, pois não conseguem entender nossas atitudes. Muitas delas fogem para as drogas, buscam em outros índigo, tão desorientados quanto elas, o refúgio, o apoio que não encontram em seu meio. O pior é que muitas dessas crianças acabam morrendo muito jovens. Como não têm condições para se desenvolver de forma sadia dentro do ambiente familiar, elas começam a provocar problemas na escola, na rua… Aí causam sofrimento à família, que por sua vez, busca ajuda psicológica. Os pais não percebem que, na maioria das vezes, essa criança está com suas atitudes “erradas” simplesmente para mostrar que os errados são eles!

P.daVila: Já se fala de um outro tipo de criança: a cristal. Fale um pouco sobre ela e sua diferença em relação à índigo.
L.C.B.: A característica principal da criança chamada Cristal é a energia de amor que ela apresenta. São crianças muito sensíveis, extremamente inteligentes, muitas delas são visionárias. O mais belo da criança cristal é sua enorme capacidade de amar. Elas são centradas e neste “ser”, nesta unicidade, transmitem uma sensação de paz. São alegres e propagam essa alegria, na maioria das vezes sem dizer uma palavra. Apenas sua presença basta. A maioria destas crianças olha nos nossos olhos de tal forma que parece “ler” nossa alma. Comunicam-se com naturalidade, são muito sociáveis. Muitas vezes nos surpreendem com sua sabedoria quando falam do futuro ou mesmo de passado.

P.daVila: Que conselhos a senhora daria para lidar com estes dois tipos de criança?.
L.C.B.: Primeiro, falarei um pouco sobre as crianças índigo, elas chegaram antes para preparar o caminho das crianças cristais. Por esta razão, são violentas no afã de mudar estruturas. Os pais devem estar muito atentos em mostrar e ensinar o funcionamento da nossa estrutura social. Não devem esquecer que, mesmo sendo diferentes de nós, mesmo que tenham um conhecimento e uma consciência espiritual muito mais ampla, são crianças aqui na Terra e devem ser educadas e disciplinadas, com força amorosa, não física. Os pais não podem nunca deixar que estas crianças os dominem, pois este risco é alto em se tratando de pessoas que não aceitam ou não acreditam que existe esta energia e que o seu filho é parte dela. A minha experiência com crianças, adolescentes e adultos índigos, me ensinou a conversar com eles, ouvir o que eles têm a dizer, corrigir sem temor os conceitos que têm sobre nosso mundo. Muitas vezes precisei impor limites, ensinar com autoridade, sem autoritarismo. Nunca ignorando e sempre explicando o porquê ela deve fazer assim ou assado. Os adultos não devem dar uma ordem e dizer é “por que eu estou mandando”, e sim deixar claro por que da necessidade daquele pedido. Respeite seu filho, não o deixe só, mas também não faça tudo o que ele quer. Mude você, pai e mãe, sua forma de ser, de tratar seu filho e terá resultados maravilhosos com ele – e com você mesmo! Ajude-o a realizar as mudanças que ele necessita fazer. É tanta coisa que podemos falar sobre índigos … Mas vamos agora para as crianças cristal. Muitas das crianças que nasceram com a energia da mudança índigo têm evoluído no seu caminhar e já passaram, ou estão neste processo, para cristal. As crianças cristal contagiam pela sua amorosidade, surpreendem com suas falas. Mas, como as índigo, são crianças e é preciso ensiná-las, mas sempre com a amorosidade que elas transmitem. Nunca menosprezá-las, ignorar ou fingir que a ouvimos. Com segurança, temos de ensinar os porquês do sim e do não, mostrar os limites, pois como as índigo, são seres livres. Sua energia é de amor, o amor universal que ela vive com naturalidade, pois nasceu para ensinar. Se doam sem esforço , expandem amor.

P.daVila: O que podemos ler para sabermos um pouco mais sobre estas crianças? L.C.B.: Uma das primeiras leituras que particularmente fiz, foi um pequeno livro titulado: “Vengo Del Sol”, de Flavio M. Cabobianco. É o livro de uma criança Argentina. Eu o recomendo, não sei se existe uma edição em português, mas está disponível na internet: www.elmistico.com.ar. Outras leituras são os livros sobre educação do educador espanhol, José Manuel Piedrafita Moreno, o tema é apaixonante. É fácil encontrá-lo na internet e conhecer parte de seus escritos.