Ansiedade boa e produtiva
Na atualidade, temos a marca de 18,6 milhões de brasileiros, que sofrem de ansiedade, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Como bem sabemos, essa patologia, pode dificultar vivências do dia a dia, que podem afetar tanto a vida pessoal, como familiar e profissional.
Tudo depende do grau, da intensidade, de como o indivíduo lida com a mesma. Pode, inclusive, virar num transtorno que trará várias sensações somáticas, como: mente acelerada, taquicardia, respiração ofegante, dor no peito, hipertensão (associada) etc. Porém, aqui não teceremos maiores colocações acerca desse estado; ao contrário, falaremos da ansiedade boa e produtiva.
Ansiedade boa e produtiva? Como assim?
Qual de nós não teve uma aceleração no batimento cardíaco ao se aproximar da pessoa amada? E quando vamos para o nosso primeiro dia, naquele trabalho que foi almejado por anos e finalmente se concretizou? Ou, ainda, quando estamos próximos a nos tornar pais?
Peço, neste momento, que reflitam por dez segundos e vivenciem uma situação qualquer, na qual ficaram ansiosos, sim, mas para alavancar algo bom dentro de si ou para o próximo. Tenho certeza que visualizarão mais de uma situação.
Peço, agora, que reflitam sobre o que precisaram mobilizar para sair de um “pseudoestresse” e entrar no que chamamos de “sublimação”. A sublimação nada mais é do que um mecanismo de defesa que transforma algo ruim em bom, socialmente aceito. Esta definição vem da Psicanálise, de Sigmund Freud (1856-1939).
A ansiedade pode ser um mecanismo natural de proteção do nosso corpo. Assim como o medo, que nos protege em várias situações, ela pode ser aliada, desde que não nos paralise e, ao contrário, nos mobilize numa ação reparadora.
Os comandos mentais advindos de nosso cérebro, como bem sabemos, repercutem em nossos órgãos – por isso estamos fadados a algumas somatizações. Assim, uma dor passageira no estômago, por exemplo, não necessariamente significa que temos uma gastrite, úlcera, câncer, etc.
Atualmente vemos muitos indivíduos que se desesperam frente a situações banais, exacerbando sentimentos e sensações. Se atêm ao que o “DR GOOGLE” fala, como uma lei. O ideal seria que déssemos menor tempo a tela da TV, do celular, do laptop.
Antigamente, era comum, numa vizinhança, pessoas que passavam o dia falando mal dos outros – a conhecida “fofoca das comadres”, melhor designada como a maledicência.
Os tempos mudaram, as redes sociais surgiram e, hoje, o boato virtual cresce numa velocidade atroz, destruindo e mexendo com a vida e o mental das pessoas. A inocente “fofoca”, transformou-se num grande vilão, que vai além do ‘boca a boca”, do “alma a alma”. De mente em mente, é comum a ansiedade e o medo crescerem de maneira desproporcional, lado a lado com essa realidade.
E como parar com tudo isso? Será que conseguiremos?
Primeiro, permita-se dormir o número de horas que precisa, para ficar mais produtivo durante o dia. Depois, tente ouvir músicas mais suaves, de preferência, que possam elevar a sua alma num estado mais tranquilizador. Após, programe-se, tente seguir uma rotina, centrar seu foco e sua energia no aqui e agora. Não fique “antenado” o tempo todo; seu cérebro não aguenta!
A ansiedade não é você, ela faz parte da sua vida, como tantas outras coisas e emoções e sentimentos, com certeza. Portanto, pare de superestimar o seu estado ansioso, dar um valor maior do que ele merece. Há sempre um jeito de melhorar esse estado mental, dependendo do nosso investimento pessoal.
Uma boa técnica é a meditação, de preferência usando a respiração abdominal, que tem que ser treinada e, portanto, requer uma certa disciplina, orientação e atenção.
Felizmente, no momento, existem muitos canais na própria internet, com cursos muito interessantes, não só de técnicas meditativas, mas também de yôga e relaxamentos, propiciadores de estados mais elevados, que trabalham tanto o estresse como a ansiedade.
Gostaria de propor a vocês, uma reflexão: O que é ser produtivo?
Na prática do consultório, ouço muito a palavra “workaholic”; contudo o que a maioria não sabe, é que essa atitude pode vir a desencadear a Síndrome de Burnout – estado de estresse crônico, ligado ao trabalho excessivo – , que é fator desencadeante de muitas sequelas emocionais e físicas. Todos nós precisamos nos dedicar ao nosso trabalho, mas daí darmos a vida por ele, existe uma grande diferença.
A questão não é só ganhar dinheiro e cumprir metas; é saber o seu limite e o daqueles que o rodeiam. Estados ansiosos são criados em ambientes corporativos e isso é dado como “normal”. Se só me dedico a um lado da minha vida, pecarei com os demais.
Mulher nenhuma é “maravilha” e homem nenhum é “super-homem”. O equilíbrio está num limiar muito tênue, que deve ser observado de dentro para fora.
Todos podemos ser bons e produtivos naquilo que realizamos, mas se extrapolarmos, haverá consequências. Quanto mais o tempo passa, mais elas surgirão.
Que tal iniciarmos, a partir de agora, um olhar em perspectiva que nos permita ver a vida de forma mais natural, saudável, cuja ansiedade “será minha parceira e amiga”?
Está feito o desafio…
A decisão é nossa! Só nossa!
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