Guanajuato… Uau, que lugar é esse!

A 4 horas da cidade do México está Guadalajara. Foi para lá que fui a convite de um grande amigo.  A viagem é meio cansativa com escala na cidade do Panamá, mas vale a pena!

Por ser Guadalajara uma cidade com um forte cartel de drogas, no aeroporto a PF faz um monte de perguntas e ainda revira toda a sua bagagem. Por outro lado, é uma cidade muito segura, não há assaltos e você pode andar tranquilamente pelas ruas. É uma cidade moderna, com avenidas largas. Há muita atividade noturna, com feira de artesanato, baladas e até cinema ao ar livre. E muitos restaurantes com comida espetacular!

Depois de conhecer a cidade onde mora o meu amigo, ele me reservou uma belíssima surpresa, conhecer Guanajuato, a duas horas de onde estávamos. Uma cidade encantadora que fica no interior, bem no centro do México.

Em 1546, durante a época da colonização, a estância de Guanajuato foi fundada e classificada como Real de Minas de Guanajuato. Foi a mineração a atividade econômica que deu origem a cidade de Guanajuato. Atualmente a extração de ouro é mínima, e é a prata, o chumbo e o caulim que movem a economia. As principais empresas dedicadas a mineração são as cooperativas Las Torres, Santa Fé de Guanajuato e Cubo.

A primeira coisa que chamou minha a atenção quando chegamos a Guanajuato foram os casarões de 1600, de arquitetura colonial no estilo neoclássico e barroco, construídos em vielas de piso de paralelepípedo. E as praças que também são maravilhosas… Tudo está construído em cima de túneis que antigamente serviam às minas e às carruagens e hoje são avenidas para os carros e ônibus da cidade. Uma extraordinária rede de caminhos subterrâneos corre debaixo das ruas, e é acessível de carro ou a pé, levando aos principais pontos da cidade

Todo esse trecho é Patrimônio Mundial da UNESCO e foi 100% restaurado. Os casarões antigos viraram hotéis, pousadas e restaurantes, com comida típica goumert, além de lojinhas e galerias de arte. Há também na cidade teatros e museus maravilhosos. A cidade está situada num pitoresco vale, rodeado pelas montanhas da Serra de Guanajuato.

Nosso primeiro passeio foi para a cidade Serro de Cubelete. Ali visitei o Cristo Rei, uma enorme estátua de 22 metros que marca o Centro do México. É um destino de peregrinação. A Van sobe a serra por uma estrada estreita, de paralelepípedo e margeada por boxes de alvenaria que fazem a comida dos peregrinos, De cima da serra é possível contemplar uma vista espetacular. Os passeios saem às 16h justamente para que o turista possa contemplar o pôr do sol.

Quando voltamos, fomos direto para frente do Teatro Juarez. Dali parte a famosa Callejoneada, um tour de cantoria feita por universitários com roupas típicas, caminhando pela cidade. Subimos e descemos as ladeiras ao som de canções e danças e sendo convidados a experimentar as bebidas típicas de vodca com sucos. É muito divertido. 

Na frente do teatro, há uma praça com vários restaurantes. Foi lá que tomei a tradicional Sopa Asteca de tomate, tortilhas picadas e pimenta. Aliás, tudo é muito barato no México!

No dia seguinte, visitamos mais a cidade. É muita informação! O ponto de partida é no Museu das Múmias. Os corpos mumificados ali expostos foram encontrados quando estavam construindo uma igreja onde era uma mina. Devido ao mercúrio usado na mineração, os corpos não se descompuseram e isso virou uma atração turística. Aliás, as minas também são pontos turísticos. Fui visitar uma que fica na entrada de uma vila (sienda). Ela fica em meio às construções, e uma descida leva até a mina. A que eu fui tinha 35 metros abaixo da terra, mas existem minas que estão até 60 metros ou mais de profundidade. Vi também museus da inquisição, escondidos no interior de maravilhosos casarões e encontrados em 1950. É meio pesado, mais vale a visita.

A prata foi descoberta pela primeira vez em Guanajuato em meados do século XVII. La Valenciana foi explorada um século mais tarde e se transformou rapidamente numa das minas mais ricas e produtivas do mundo. O Templo de San Cayetano, localizado ao lado da jazida, foi construído como monumento a abundância e às riquezas extraídas da mina.

No entanto, embora a cidade fosse rica, os mineiros passavam fome e nos idos de 1800, eles criaram a Katrina, um símbolo mexicano. A caveira sempre vestida com roupas luxuosas mostrava a riqueza das minas em contraponto com a fome dos habitantes da cidade. Esse foi um dos motivos que levou a cidade a ser palco da independência mexicana, em 1810.

Atualmente, são muitas katrinas pela cidade, de vários tamanhos e vestidas com roupas criadas pelos mais diversos artistas mexicanos. Meu passeio terminou na estátua do Papito, que representa o símbolo dos trabalhadores das minas e sua escravidão, e fica no ponto mais alto da cidade, rodeada de lojas de artesanato. 

Já conheci muitas cidades pelo mundo, mas essa, especialmente, me chamou a atenção. Aproveite para agendar sua viagem para Guanajuato nas épocas dos festivais: de música, de arte, gastronômico. A cidade é considerada a capital cultural do México!

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