Seguindo em frente
Meus amigos do Pedaço da Vila, chegou a época de fechar o balanço do ano. Dias maravilhosos de reflexão se aproximam, possibilitando uma renovadora e simbólica passagem para o próximo ano. Gostaria de adentrar ao tema de hoje contando uma historinha (uma de minhas preferidas) que envolve a simplicidade verdadeira do universo zen:
Dois monges (mestre e aprendiz) peregrinavam por longo caminho quando se depararam com um caudaloso rio. Caminharam até a margem com o intuito de atravessá-lo, quando avistaram uma mulher que pedia ajuda: — Por favor nobres monges, disse ela, vocês poderiam me ajudar a chegar até a outra margem? O rio é grande e tenho medo da correnteza.
O mestre imediatamente a pegou no colo e juntos chegaram ao outro lado, acompanhados pelo espantado aprendiz. A moça agradeceu, e seguiram viagem. No fim do dia, quando descansavam, o aprendiz não conseguindo esconder a estranheza, perguntou:
— Mestre, nós monges não devemos levar uma vida celibatária, evitando o contato com mulheres? Por que o senhor carregou aquela moça?
E o mestre respondeu: — Eu a soltei logo que chegamos na margem do rio. Já você continua carregando-a até agora…
Gente, entra ano e sai ano, continuamos a carregar “pesos” que deveriam ter ficado lá atrás (não raramente há anos!!!), mas por falta de entendimento, rigidez excessiva ou orgulho besta, acabamos arrastando enormes fardos e, inevitavelmente, atrasando nossa viagem.
E outra: felizmente, o alívio não vem com irresponsabilidade ou inconsequência, pelo menos não em minhas experiências. O discernimento se mostrou fundamental tanto na hora de escolher quanto de liberar. Só conseguimos soltar uma carga quando entendemos que aquela carga não nos faz falta.
Entender, refletir, discernir… Que tal começarmos essa prática nesse fechamento de balanço?
Meus amigos, que todos tenham um Feliz Natal e um excelente ano de 2013…
Jean Massumi é massoterapeuta
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