Desde o momento que abrimos os olhos até segundos antes de adormecermos, precisamos escolher. Escolhemos o que comer no café da manhã, que roupa vestiremos, que caminho percorreremos, o que fazer num momento de folga, para quem ligar, quando responder uma mensagem, que programa assistir na TV e até os pensamentos que nutriremos antes de dormir. Grande parte delas, é verdade, virou automação, usança. Ligamos o piloto automático (será que isso tem a ver com tédio ou prioridade?) e, simplesmente, nem percebemos aquilo que nos motiva ou damos valor…

O fato é que algumas escolhas exigem profundas e longas reflexões e nem sempre nos sentimos aptos e com tempo suficiente para tal. Adubamos nossos canteiros de ansiedade toda vez que deixamos de lado as oportunidades de mergulho na própria alma. Escolha. Barganhamos o incômodo de nos conhecer (às vezes é mais que incômodo: é dor mesmo) pelos prazeres fugazes, rasos e fáceis de um mundo de neon. Escolha. Exigimos o direito à felicidade fechados em casulos: mais escolha.

Como seria maravilhoso descobrir uma solução mágica que nos possibilitasse um bom juízo. Existe uma, que de mágica não tem nada. Aliás, já é bem velhinha e ficava gravada na entrada do templo de Delfos, no “umbigo do mundo”: Gnothi Seauton, Conhece-te a ti mesmo. É ficando no silêncio, pensando, meditando, sentindo…educando lentamente esse pedacinho de consciência que “conheceremos os deuses e o universo”. Sabedor de mim, sou melhor companhia para todos nós.

Que nossas trombadas, pelos caminhos afora, sejam fraternas e cheias de troca… E que escolhamos sempre com discernimento. 

Grande abraço e até a próxima.

Jean Massumi é massoterapeuta

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