Ecobairro

Depois do apelo do Comitê de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, de que as cidades deverão implantar o modelo de desenvolvimento sustentável nos próximos 100 anos para garantir a permanência da humanidade na Terra, não podemos demorar sequer um segundo para mudar o modelo do urbanismo existente, por meio do desenvolvimento ou da transformação de bairros em ECOBAIRROS. O que isso significa?

A menor porção de uma cidade é um bairro que tem um nome, uma identidade, uma memória; enfim, várias características próprias. Numa cidade como São Paulo, onde o aglomerado urbano fez acabar os limites entre os bairros e a própria cidade, surge a pergunta: por onde começar? Respondemos mais uma vez: pelos BAIRROS.

Com a recente revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, podemos ver as bases para consolidar os Ecobairros, em que cada bairro/distrito deverá buscar ser o mais autossustentável possível. Com a descentralização da governança, a criação das subprefeituras não foi suficiente para implantar o modelo de desenvolvimento sustentável, mesmo contando com a presença dos CADES – Conselhos Regionais de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz em cada uma delas. Cada subprefeitura é composta por mais de um distrito, os quais aglutinam vários bairros e chegam a ter tamanho de cidades; aliás, alguns são maiores que muitas cidades brasileiras.

O Programa Permanente Ecobairro, que tem apoio institucional das Nações Unidas, nasceu em 2004, em São Paulo – na Vila Mariana, e se expandiu para Salvador, Goiânia/Brasília e Feira de Santana. Hoje, o ECOBAIRRO BRASIL é pio-neiro em sustentabilidade urbana e cultura de paz.

Participante ativo do processo de governança local e cidadania, o Ecobairro organizou o I Encontro de Ecobairros para uma Feira de Santana Sustentável e Pacífica, na Faculdade Católica, no dia 28/02/2015, com a presença dos poderes público e privado, da comunidade local e de representantes da cidade dos oito núcleos de sustentabilidade do Ecobairro: Cultura, Espiritualidade, Educação, Saúde, Ecologia, Política, Comunicação e Economia, demonstrando que uma cidade é sustentada por esses principais núcleos e que as transformações devem começar a partir deles. 

Esse importante evento contou com a participação do Ecobairro Villa Santa Elena do Chile, que, com os Ecobairros de São Paulo, Salvador e Feira de Santana, plantou a semente para o Encontro Internacional de Ecobairros. O evento expôs aos participantes as experiências desses Ecobairros, que depois se reuniram em grupos para apresentar propostas para os temas mais emergentes de ecologia, na perspectiva de cada núcleo, em cada uma das escalas de transformação – do indivíduo para a casa, da casa para o quarteirão ou condomínio e para o bairro/cidade, para que a cidade possa se tornar sustentável e pacífica. Como resultado do encontro foi produzida uma Carta Aberta, que está disponível no blog www.correiodapaz.eco.br. 

Esse evento marca a nova fase do Programa Ecobairro, com 10 anos de existência no Brasil, e, cada vez mais, assinala que a nova década visa agir, com especial atenção às questões da ÁGUA, a partir do seu DNA e das escalas de transformação. 

Fortalecer o nascimento, o desenvolvimento e a transformação dos bairros em Ecobairros nas cidades requer, por parte de todos, um profundo diálogo com o urbanismo. Esse é um caminho sem volta!

ECOBAIRROS POR UMA CIDADE SUSTENTÁVEL E PACÍFICA, pense nisso e faça parte desse desafio lançado pelas Nações Unidas, do PENSAR GLOBAL E AGIR LOCAL. Com certeza as atuais e futuras gerações irão agradecer!

Lara Freitas e Paullo Santos – Membros da Coordenação do ECOBAIRRO BRASIL

www.ecobairro.org.br