Cláudia Bonfiglioli
A presidente da Casa Hope conta como surgiu a ideia da entidade que dá assistência social integral ao carente portador de câncer e que já atendeu, milhares de crianças.. Recorda por que pediu ao então prefeito Paulo Maluf uma casa na Vila Mariana e adianta sobre a nova sede que começa a ser construída em fevereiro do próximo ano no Planalto Paulista
Pedaço da Vila: A senhora é a fundadora da Casa Hope?
Cláudia Bonfiglio: Já houve outros presidentes, mas eu fui a fundadora. A Hope teve início após a experiência de um trabalho voluntário feito no Hospital do Câncer, vendo a necessidade das crianças que vinham de outros estados para se tratar e não tinham lugar para ficar. Começamos a pensar de que forma poderíamos formar um espaço onde as crianças ficassem fora do hospital, mas ao mesmo tempo não perdessem o vínculo com ele, já que tratamento é imprescindível. Ver o médico ter que optar pela criança que tivesse mais chances de vida durante o tratamento, sempre me chocava, e isto motivou meu trabalho. As pessoas têm falta de oportunidade nas questões básicas do ser humano, como educação e saúde. Todos somos iguais, ou deveríamos ser… É essa a minha missão. O meu trabalho pessoal é de mostrar às pessoas que é possível a gente fazer, se envolver em uma causa. Não é necessário montar uma instituição. Existem hoje tantas causas importantes. O pouco que pudermos fazer já causa enorme diferença. Uma coisa mínima que você faz, já faz a diferença.
P.daVila: As crianças vêm sempre acompanhadas?
C.B.: Ninguém vem só. No Estatuto da Criança e do Adolescente é imprescindível que haja alguém acompanhando o tratamento. Muitas vezes, no caso dos transplantados de medula ou de fígado, é importante que a pessoa venha com um acompanhante para cuidar da criança e do doador. No início oferecíamos apenas moradia, mas depois concluímos que tínhamos como missão dar algo mais para estas pessoas. Era nossa função acolher, mas de uma forma promovedora. A Hope começou a desenvolver serviços e a buscar alternativas para que essas pessoas que se deslocavam de suas terras, perdendo o vínculo com a economia formal, pudessem voltar com alguma coisa na bagagem, já que era muito difícil que retornassem ao emprego onde antes estavam. Acredito que o maior produto que pode ser levado na bagagem é o conhecimento. Demos oportunidade de educação às crianças, uma escola cuja metodologia de ensino é individual, especial para cada uma delas. Temos a certeza de que esse tempo em que as pessoas permanecem aqui na Hope seja uma oportunidade para que elas se construam a si mesmas e tentem — por pior que seja o momento pelo qual estejam passando — enxergar a vida de uma forma boa.
P.daVila: Quais cursos são destinados aos acompanhantes?
C.B.: Nós temos rápidos cursos de capacitação. Por exemplo, temos uma parceria com a Payot: mulheres e até rapazes fazem cursos de maquiador, cabeleireiro, de manicure, com o ganho de certificado. Quantas pessoas nao gostariam de fazer este curso? Temos também cursos de capacitação na área de mecânica e em breve de empreendedorismo.
P.daVila: As crianças vêm de todo Brasil?
C.B.: Sim, e de países da fronteira. Temos pessoas da Bolívia, do Uruguai, do Paraguai. São todas muito pobres. Se não fosse a casa Hope, elas realmente não teriam condições de se tratar e morreriam.
P.daVila: Quantas crianças são atendidas atualmente?
C.B.: Hoje moram conosco 170 pessoas entre acompanhantes e crianças. Atendemos normalmente 2000 por ano: vinte mil atendimentos nestes 10 anos. Hoje, a Hope tem 64 funcionários e 150 voluntários.
P.daVila: A Vila Mariana foi uma escolha sua?
C.B.: Eu vim aqui uma vez e percebi que era um bairro residencial e acolhedor. Naquela época, o Maluf era o prefeito e falou: “Escolha uma casa”. Então escolhi na Vila Mariana, onde queria. Ele falou: “Estava pensando que você fosse escolher lá na Penha!”. Mas eu tinha que ficar perto dos hospitais e, estrategicamente falando, a Vila Mariana é um lugar propício.
P.daVila: Qual foi a primeira casa?
C.B.: A da rua Joaquim Távora, que na época atendia às crianças, mas hoje atende aos transplantados. Depois fizemos o bazar na segunda casa, mudamos e formamos a casa das crianças e adolescentes. Atualmente estamos com quatro casas. Com a nova sede, no Planalto Paulista, pretendo continuar aqui com o bazar, mas mudaremos as áreas de atendimento.
P.daVila: Os voluntários cuidam das crianças?
C.B.: Os pacientes que vêm estão sempre em situação de risco, passando por um estresse muito grande. Era muito difícil um voluntário conseguir atender às exigências no atendimento dessas pessoas. Precisávamos de algo mais profissional, de tecnologia… Mas aonde conseguir isto a custo zero? Não podíamos pagar mais funcionários. Então tivemos a idéia: através das universidades. Tornamos a Hope extensão universitária, pós-graduação. Hoje temos alunos de várias faculdades que fazem estágios aqui.
P.daVila: De que forma a comunidade pode ajudar?
C.B.: As pessoas acham que para ajudar precisam dar mil reais, mas não é assim. A doação de três latas de leite condensado já é muito grande para a instituição. Os itens que não são da cesta básica são difíceis de conseguir. Dez reais são uma ajuda muito grande. A mensagem que quero deixar neste jornal é a de que a Hope precisa sim da ajuda de todo mundo, principalmente agora que começaremos a construção da nova sede. É um terreno doado pelo governo do Estado onde construiremos um dos maiores centros da América Latina, que atenderá 180 pessoas com enorme qualidade. A construção começa em fevereiro porque tivemos um atraso na verba, já temos 70% arrecadada, quase 5 milhões. O voluntariado é sempre muito bem-vindo. Precisamos deles para o bazar trabalhando em prol das crianças, não necessariamente com elas, mas para elas. Mandem tudo o que puderem, roupas usadas, objetos que não usem mais, eletrodomésticos… E móveis que agregam muito valor. Temos pessoas que dão um “trato” nos objetos. Vamos buscá-los na residência. Basta telefonar para o 5087-7999, ou entrar no nosso site: www.hope.org.br. Acho que a população da Vila Mariana pode nos ajudar muito no Bazar. Nós fazemos dinheiro com objetos doados. As próprias pessoas do bairro vêm comprar. Amo muito a Vila Mariana e gostaria que o bairro se engajasse mais à Hope.
Edição 57 – Dez/2006
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