A comida dos italianos
Os italianos que chegaram na Vila Mariana, eram imigrantes pobres, fugidos da 1ª Grande Guerra. Foram trabalhar empregados, principalmente por Francisco Matarazzo – um dos primeiros italianos a fazer dinheiro no Brasil e ajudar seus patrícios.
Para quem pensa que na época existia fartura de comida (início da década de 20), estão muito enganados. Nesta época embalagens coloridas para tudo quanto é produto não existiam. Tudo era comprado à granel. Famílias grandes compravam saca inteiras!!!
Lembro bem minha avó que na época da safra do tomate comprava uma caixa e fazia conserva deles – como a gente vê hoje em dia nas prateleiras do supermercado! Aliás, molho de tomate não podia faltar nas mesas dos italianos: tinha macarrão toda quinta e domingo! Ela comprava também saca de café torrado que moia em casa.
A maioria das casas dos colonos italianos tinha quintal, onde plantavam legumes, frutas, criavam galinhas, porcos e até cabras. Os fornos eram à lenha, onde o pão era feito.
Meu avô fazia o transporte dos passageiros que chegavam à Estação da Luz. Depois passou a trabalhar como sapateiro – ele tinha nove filhos!
Havia apenas uma feira-livre nesta época, todas as segundas-feiras, na rua Cubatão. Era uma feira muito grande que abastecia toda a região. Existiam também os armazéns – chamados Secos e Molhados, que compravam seus produtos no Mercado Municipal. Lembro-me de dois importantes que ficavam na esquina da rua Joaquim Távora com a Rio Grande e o da rua Humberto I com França Pinto. Era onde comprava as guloseimas: cocada e doce de abóbora. Os italianos vendiam pelas ruas amendoim e pamonha.