A casa de meu avô
Lembrar das festas de finais de ano em que pude comemorar ainda com meus avós vivos, me deixa saudoso… Isso uns 80 anos atrás…
Minha família era tão grande que tínhamos de emendar as mesas para caberem 40 pessoas! As festas eram comemoradas na casa de meu avô, na rua Humberto I (a foto mostra a casa quando foi colocada à venda).
Já era costume enfeitar a árvore de Natal , mas o que não podia faltar era o presépio. Eu colocava a meia do lado da cama para ganhar dinheiro do Papai Noel para depois guardá-lo no cofrinho de barro. Era um costume.
O almoço era uma grande confraternização, todo feito no forno à lenha que meu avô construiu em sua casa. As mulheres faziam de tudo: cabrito, leitão, frango, castanha assada … E de sobremesa doces italianos. Era tanta comida que durava a semana inteira. Até trocavamos pratos com a comunidade.
O dia de Natal era movimentado. Minha mãe vestia a mim e meus seis irmãos com a melhor roupa e fazia questão que fossemos pedir a benção à vizinhança. Logo cedo, começava a chegar a família: tios, tias e primos que enchiam a casa. Sentávamos à mesa e de lá não mais saíamos. Os adultos tomavam muito vinho, mas não faltava o barril de chopp.
Os parentes músicos, levavam seus instrumentos musicais e faziam uma orquestrinha. Cantávamos, dançávamos, era uma alegria só!
São lembranças muito felizes! Uma vez minha avó Domingas Trotta Villano me convidou para ir à Missa do Galo. Quando a cerimônia acabou, minha avó me chamou para ir embora e eu pergunte: “Mas cadê o galo?”. Pois é, fiquei esperando a missa inteira o galo aparecer!