E as redes sociais, a TV e o rádio, onde ficam no nosso interior?

O excesso de tecnologia, através dos avanços desses últimos anos, tanto no rádio como na televisão e demais mídias, pode criar para algumas pessoas, sentimentos ambíguos, alguns de impotência, raiva, revolta, irritação, dentre várias outras emoções.

Perguntamos para algumas pessoas, como é isso? As respostas variaram entre dor, medo, desilusão, tristeza e, bem poucos responderam de forma positiva, com aceitação dos “novos tempos”.

É válido citar uma declaração de uma pessoa, sexo feminino, meia idade, que comentou, sobre sua casa, na hora de assistir TV, que democraticamente, pegava “carona diante da diversidade dos programas”, por serem em três pessoas. Ela citou que: “quando ouço notícias, na maior parte das edições, considero massacrante e apelativa. Na crise que estamos vivendo hoje (inflação, guerra, custo de vida etc), considero a impotência de que, no momento não há nada que eu possa auxiliar, além de procurar economizar e tentar reduzir ainda mais os gastos. A mídia de um modo geral, não me oferece conteúdos edificantes. Quando possível, assisto filmes e procuro outros meios para sair desta atmosfera deletéria em que vivemos”.

Não incomum e muito apropriadamente na pandemia, muitos, para se preservar, optaram em “ouvir o mínimo possível” sobre mortes e mais mortes, sem deixar, no entanto, de se informar sobre dados estatísticos confiáveis, de fontes idôneas, como OMS, por exemplo.

Enquanto as mídias muitas vezes apavoravam os indivíduos, houve a emersão de inúmeros quadros mentais, de depressões à ansiedade, pânicos, suicídios etc. Ou seja, o que era para informar e fazer com que os indivíduos se sensibilizassem e se cuidassem com o advento do Coronavírus, na versão SARS-CoV-2 causador da doença Covid-19, acabou culminando, além do estresse pós-traumático de quem contraiu a doença, em várias outras vertentes de fundo psíquico. Verificou-se maior incidência de burnout, infartos e acidentes vasculares cerebrais, entre outros quadros, como consequências indiretas, ligadas à Covid-19.

Nunca o Insconsciente Coletivo, descrito pelo Psiquiatra Suíço – Carl Gustav Jung (1875-1961), foi tão claro, se pensarmos no conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhado por toda humanidade na pandemia. Imagine todas as nações falando do mesmo assunto, as pessoas se valendo do medo de terceiros para ganho próprio, sendo que isso vem maculando vários povos. Aqui não há diferenciação de raça, cor, credo e idade. Todos, de algum modo sofreram, ou ainda vem sofrendo, com essas notícias que tanto nos desgastam.

A comunicação é essencial para todos nós, em todas as facetas da vida e nos relacionamentos. Tanto profissionalmente, como na área pessoal, pessoas mais bem informadas são dadas como mais cultas e conseguem não só escrever melhor, como também se comunicar de forma mais assertiva. Através da internet tomamos conhecimento em tempo recorde de tudo que está acontecendo no mundo em fração de segundos e isso faz parte na atualidade, da vivência comum a todos. Nada disso, seria ruim, se não fosse o abuso que há por trás desses aspectos. E que pode nos causar uma certa impotência face a esse caos.

Deixamos de lado, em muitos casos, o jornal que tradicionalmente era comprado nas bancas.

Lembro-me que aos domingos partilhávamos os famosos -“Estadão” ou a “Folha de SP” e no ABC, o “Diário do Grande ABC”, sem nunca deixar de lado as crianças, que se deleitavam vendo as figurinhas do “Estadinho”, “Folhinha” e “Diarinho”.

Alguns desses hábitos começaram a se perder pela velocidade da internet. Na atualidade, poucos ainda se dão ao luxo em pegar nas mãos o jornal, em folhear uma boa revista, aliás, em ir a uma biblioteca, ler livros bem encapados e de notórios autores.

Hoje basta abrir o computador que somos massacrados, por imagens, algumas que jamais gostaríamos de ter contato. De repente, a artista apelativa da TV tem mais notoriedade do que um pesquisador que vem desenvolvendo a cura de doenças complexas, muitas vezes, com recursos próprios.

Os noticiários da televisão e dos rádios se perderam em sensacionalismos baratos e, se isso acontece, é porque tem público. É um público que, por não se informar adequadamente, compra a ideia do outro, não entendendo o que ouve, mas emitindo opiniões e comentários, muitas vezes, de forma agressiva. Dissemina a violência sem se dar conta que é também uma vítima desse massacre. Aceita de forma passiva o que ouve porque não foi treinado a pensar, a estudar, a compartilhar. Simplesmente absorve o que lhe é imposto, sem passar pelo crivo da razão.

Que pena, que o mundo esteja assim!

Mas só está porque permitimos que assim seja; temos que criar consciência desde a mais tenra idade. Podemos ser molas propulsoras de mudança, só que, cuidando melhor de nossas crianças, desde a fase embrionária.

Nossos avós já diziam: “bons hábitos vêm de casa”. E é verdade! Felizmente, eles pegaram uma geração com menor complexidade de valores. Não sei como lidariam com as mídias, com o excesso de tecnologia, muito embora esses recursos sejam essenciais na vida contemporânea.

Mas uma coisa é certa, quando crianças e jovens são mais bem orientados, diminui muito a chance de serem menos seletivos e aceitarem qualquer coisa que a mídia “empurra” sobre eles. Não estamos falando só sob o aspecto intelectual, mas também sobre formar cidadãos com crítica saudável sobre o que assistem e leem. Falamos de pessoas melhor informadas e mais conscientes sobre como exercer essa cidadania, com maior cooperação mútua e discernimento, de ideais mais corretos e justos.

Precisamos de gente que não olhe só para o seu próprio “umbigo”, que saia do narcisismo egoico e que saiba que existe um mundo além…

Façamos isso através das mídias sim, mas de outra forma, mais edificante.

Depende de nós… Só de nós…

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