Como surgiu o conceito de Inteligência Emocional?
Até a década de 1990, definia-se a inteligência em processos cognitivos intelectuais. Ainda hoje são utilizados testes que definem o QI (Coeficiente Intelectual), medindo Dessa forma, define-se quanto uma pessoa é inteligente.
No entanto, em diversas situações, principalmente no âmbito corporativo ou acadêmico, começou-se a perceber que altos QIs nem sempre garantiam um sucesso efetivo. Com base nesse tipo de observação, Peter Salovey e John D. Mayer, psicólogos e pesquisadores estadunidenses, passaram a pesquisar o quê poderia significar essa contradição. Assim, em 1990, registraram a teoria da Inteligência Emocional por meio de artigo acadêmico.
Porém, já em 1920, Edward Thorndike, também psicólogo norte-americano, já pensava sobre o assunto e a descrevia como “a habilidade de administrar as emoções”. Depois dele, outros nomes aparecem na linha do tempo, acrescentando informações e fatos importantes para a formatação do conceito, até a publicação científica de Salovey e Mayer.
No entanto, esse tipo de publicação não chega ao grande público. Em 1995, Daniel Goleman, psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, Estados Unidos, popularizou o conceito da Inteligência Emocional em seu livro intitulado “Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”.
Goleman é considerado o pai da inteligência emocional, embora não tenha definido o conceito academicamente. Seu livro transformou-se em best seller mas, muitos que o leram não entenderam realmente o significado desse novo conceito. Goleman, em seu livro, defende que a inteligência emocional só é alcançada quando o indivíduo consegue equilibrar o lado racional e o emocional. Ou seja, os dois hemisférios cerebrais.
Só para deixar essa definição um pouco mais clara, vale saber que o hemisfério cerebral esquerdo comanda as tarefas analíticas e lógicas, ou seja, o pensamento linear, a matemática, a linguagem e a escrita. Ele é o nosso lado racional. Já o hemisfério cerebral direito é responsável pelas atividades emocionais. Isso inclui a capacidade de síntese, de intuição, compreensão da linguagem, música e gestos, entre outras.
Mas afinal, o que é essa tal inteligência emocional?
Vamos aqui definir: é a habilidade de integrar pensamentos e sentimentos com o objetivo de otimizar nossos resultados. Ou seja, é a capacidade de analisar e lidar com os próprios sentimentos e os de outras pessoas.
A medida dessa habilidade é o Coeficiente de Inteligência Emocional – QE e a imagem que geralmente simboliza a IE (Inteligência Emocional) é composta de um coração e um cérebro de mãos dadas ou unidos de alguma forma. Isto mostra que IE não significa priorizar nossas emoções, mas sim, utilizá-las da melhor forma possível, nas diversas áreas de nossa vida, unida à cognição e aos pensamentos.
Vamos dar um exemplo: você já ficou muito, muito irritado com alguém, mas conseguiu controlar a sua raiva para não piorar a situação? Se “sim”, parabéns, você provou ter inteligência emocional, ou seja, você soube respirar fundo e controlar os seus impulsos. Se a resposta foi “não”, você não conseguiu fazer o controle desse impulso.
Estudos atuais da Neurociência apontam quatro áreas essenciais para a construção da Inteligência Emocional: a autoconsciência, a autogestão, a gestão social e a gestão de relacionamentos. Cada uma dessas áreas contém competências-chave, totalizando vinte e uma.
Vamos falar, aqui, um pouco sobre essas quatro grandes áreas, ressaltando que teríamos um artigo muito longo caso desenvolvêssemos as definições e as explicações sobre as competências que as compõem, de forma mais profunda.
1) Autoconsciência – capacidade de se reconhecer, tendo assim a percepção do seu “eu”, seus pontos fortes e vulnerabilidades e as consequências que têm em sua vida. Na autoconsciência, temos os pensamentos, as experiências e as habilidades. Pode interferir positivamente na sua vida tanto pessoal quanto profissional, fazendo com que você tome decisões assertivas, assim, lidando melhor com suas emoções, seus sentimentos, seus medos e suas crenças. Esta habilidade traz a clareza do que queremos e a importância disso para nós. As competências da Autoconsciência são: Consciência Emocional, Avaliação Emocional e a Autoconfiança.
2) Autogestão – capacidade de o indivíduo tomar as próprias decisões e guiar seus caminhos. Ser autogerenciável é reconhecer o que é necessário fazer para conquistar seus resultados. A autogestão ajuda a evoluir, de modo a obter sempre o melhor de si mesmo, valendo-se da percepção e dos recursos pessoais em todas as áreas da sua vida. Em resumo, ajuda você a gerir sua vida, tornando-se dono do seu destino. É composta por sete competências: Autocontrole Emocional, Transparência, Consciência, Adaptabilidade, Otimismo, Orientação para Resultados e Iniciativa.
3) Gestão Social – capacidade que o indivíduo apresenta de lidar com a sociedade, causando impactos positivos ou negativos, dependendo de como age. Tem suma importância para o desenvolvimento da Inteligência Emocional porque traz com ela a capacidade de ver as coisas como o outro vê, no ponto de vista do próximo, tomando consciência de seus pensamentos, sentimentos e experiências. Essa percepção do próximo gera empatia, algo essencial para se tornar receptivo e inteligente emocionalmente. É composta por três competências: Empatia, Inteligência Organizacional e Receptividade ao Outro
4) Gestão de Relacionamentos – capacidade que o indivíduo tem de manter a consciência das próprias emoções para gerir bem as suas relações, comunicando-se de forma clara e objetiva e estabelecendo vínculos com todos, mesmo com aqueles com quem tenha menor afinidade. É importante no desenvolvimento de relações duradouras baseadas no pilar da inteligência emocional. Quando sabemos como responder às emoções das pessoas, criamos uma conexão eficiente com elas. É composta de oito competências: Desenvolvimento dos Outros; Liderança Inspiradora, Influência, Comunicação, Incentivo a Mudanças, Gestão de Conflitos, Criação e Manutenção de Relacionamentos, Trabalho em Equipe e Colaboração.
É importante termos em mente que, quando pensamos em QI – Coeficiente de Inteligência, tal como definido ao longo dos anos da existência desse índice, sabemos que não há como desenvolvê-lo. O índice mostra o potencial e o limite de desenvolvimento nas diversas competências que ele mede.
No entanto, a grande boa notícia, é que o QE – Coeficiente de Inteligência Emocional – traz exatamente a possibilidade de desenvolvimento das competências que não estão tão desenvolvidas e a potencialização daquelas que a pessoa já tem como pontos fortes.
A princípio, pode parecer algo muito direcionado à vida corporativa, às lideranças e ao alcance de metas e resultados. No entanto, esse desenvolvimento é possível e útil para qualquer pessoa que se proponha a trabalhar nas competências de cada área, trazendo inúmeros benefícios em todos os âmbitos da vida.
Portanto, embora possa parecer um conceito complexo demais, é, na verdade, uma grande oportunidade a mais de desenvolvimento. Há exercícios, técnicas e dinâmicas para o desenvolvimento de cada uma das áreas da IE. Que tal buscar um pouco mais de informação e possibilidades nessa direção?
A decisão é nossa, só nossa!
Fonte: HS – Humans Solutions – Emotional Inteligence Analysis – EIA
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