Sobre ser um cliente legal

Queridos amigos do Pedaço, vemos com surpresa o frenético ritmo do êxito/fracasso nos comércios daqui do bairro. Casas que abrem e não conseguem manter-se em atividade por muito tempo. Poucos meses… semanas até, fecham as portas, recolhem os toldos e a famigerada placa se faz presente na fachada junto com um vazio enorme: ALUGA-SE (aliás, um ramo lucrativo e duradouro é o que fabrica placas de “Aluga-se” ou “Passo o Ponto”. A crise é sempre generosa com eles). 

Automaticamente, perguntas movidas por curiosidade, simpatia ou inconformismo tomam conta das nossas cabeças: “o que será que aconteceu?” “Será que foi alguma reclamação?”  “Será que se mudaram para outro imóvel?” E, assim, vamos passando incólumes e alheios aos reveses de nossa microeconomia. 

E não nos damos conta de algo essencial para a saúde de uma vizinhança: é maravilhoso termos um comércio local. Lojas diversas, restaurantes, bares, floriculturas, mercadinhos, livrarias (quantas livrarias temos aqui no bairro? E farmácias nos moldes antigos?).

São relações VIVAS de negócios, que vêm junto com conversa, cheiros, texturas e muitas vezes um sorriso no coração. Estabelecemos laços de amizade e, se necessário, reclamamos olhando no rosto da pessoa, e não numa tela de computador. 

Criamos uma série de desculpas para fazermos compras de casa pela internet, sendo que na realidade são apenas dois os motivos que nos impulsionam: preço e preguiça. Bom, a preguiça não carece de nenhum tipo de comentário. Já o preço pode ser um problema incontornável, já que ninguém consegue competir com as megalojas e redes  

Mas façamos uma reflexão: ao invés dos “serás” especulativos acima colocados quando passamos por uma loja recém-fechada, poderíamos fazer a seguinte pergunta: será que não valeria a pena pagar um POUCO mais caro por um mesmo produto e incentivar o comércio local? 

Por fim, reconheçamos nossas responsabilidades enquanto clientes. Antes de promovermos massacres virtuais e boicotes contra comerciantes, APUREMOS as histórias, às vezes aquele atendente estava num mau dia. Ou quem sabe o mau dia era nosso…  

Adoraria saber as opiniões de vocês a respeito do assunto.Se quiserem me contar: jmhara@uol.com.br. Abração e até a próxima!!!

Jean Massumi é massoterapeuta

Rua Morgado de Mateus, 596.  Tel. 5908.0121    jmhara@uol.com.br