E se fôssemos todos invisíveis?
Outro dia, estava assistindo ao filme Harry Potter com meu filho, e ficamos maravilhados com o manto que tornava o personagem invisível. Ele se cobria com aquilo e ninguém podia vê-lo. Entrava e saía dos lugares sem ser percebido, embora algumas pessoas pudessem “senti-lo”. Começamos a dar asas à imaginação, e depois do filme as brincadeiras começaram.
A primeira pergunta foi: “o que faríamos se fôssemos realmente invisíveis?”. E, traquinagens à parte, no desenrolar das atividades, as questões morais e éticas começaram a pipocar. Disse-me ele: “poderíamos entrar na lanchonete e comer um monte de hamburgueres com milk shake de chocolate e ninguém iria saber”. A resposta, carregada de ingenuidade, bateu nos meus ouvidos como uma paulada, e comecei a refletir sobre aquilo e no quanto alguns de nossos comportamentos são muito mais reflexos de um enquadramento social do que VALORES que transbordam pelos exemplos.
Concordo que a ética tenha como uma das principais funções o papel social de regularizar e facilitar o convívio entre as pessoas, mas naquela hora em que “ninguém está vendo” ou “não vai prejudicar ninguém” estamos sendo corretos? Será que ela só existe quando existe um possível prejudicado na história?
Pessoalmente, acredito que a função vai muito além disso. Nesse mar de impunidade em que vivemos, ser ético é ter uma esperança enorme no ser humano. É agradecer a verdade de mostrar para nós mesmos e nossos semelhantes que uma moeda ou 1 milhão de moedas não valem mais que o coração de quem quer que seja. E que podemos aprender sempre, semeando boas sementes e afastando o medo de precisarmos de alguém.
Grande abraço e até a próxima!!!
Jean Massumi é massoterapeuta
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