Memórias da Vila

No meu tempo de garoto, a enfermidade era caso para as benzedeiras, tratada com remédios caseiros e por farmacêuticos, que preparavam poções para todos os males. Médico e hos-pital, só se fosse para doença grave, estando para morrer! Aliás, existiam poucos hospitais na época.

Minha avó era benzedeira e também preparava remédios com ervas que ela plantava no seu quintal. Não cobrava nada por isso, mas sempre ganhava presentes.

Na Rua Domingos de Morais havia duas ‘pharmácias’, a Indiana e a Tavares de Oliveira.

O farmacêutico Francisco Tavares de Oliveira, que também morava na Domingos de Morais, era  muito generoso. Sua farmácia vivia cheia de gente; ele cuidava dos pobres de graça. Os remédios dele eram excelentes, curavam todo mundo. 

O senhor Tavares cortava os cabelos comigo. Sempre o admirei muito e fico feliz de 

poder apresentá-lo nestas memórias. Ele ajudou muita gente: tinha um coração enorme!

MINISTRO DO TRABALHO DA REPÚBLICA DE VILA MARIANA