Sustentabilidade espiritual
Hoje já existe um consenso que o nosso planeta corre riscos que ameaçam diretamente a vida de todos os seres. Diante desse momento urgente para todos, há uma constante busca de alternativas para superar os desafios impostos.
Uma alternativa encontrada, numa volta às fontes primeiras da vida, é seguir o convite que nos chega: buscar a essência do que é ser humano.
Todos os povos, em todas as épocas, têm acumulado sabedoria relacionada ao que há de mais sagrado, a sustentação da vida. A esta essência chamamos de espírito e daí brota o que denominamos espiritualidade.
Espiritualidade é a essência e sabedoria de cada povo no preservar a vida e formular sua cultura. Hoje, acessar a espiritualidade é um reinício do nosso contato primordial com a vida, como humanidade, na busca do desenvolvimento e continuidade do Planeta vivo.
Povos ancestrais têm papel fundamental no compartilhar sua sabedoria ligada à natureza e à preservação planetária, numa espiritualidade que nos aproxima da Terra, da Mãe Natureza.
As culturas mais recentes, numa espiritualidade mais complexa, estão sendo convidadas a se colocarem juntos, em cooperação, a serviço da vida – sempre num contexto de cultura de paz, justiça e cura planetária.
Numa outra dimensão mais ampla, todos os seres humanos, com os avanços alcançados em seu desenvolvimento cultural (gerando paralelamente desequilíbrios nos sistemas que sustentam a vida), são convidados a dialogar e cooperar com a espiritualidade colocada a serviço do bem de todos os seres.
Inspirados pelas experiências da Rede de Ecovilas, pela cooperação entre as religiões, pela vivência do Parlamento das Religiões de Chicago (EUA), na transformação da cultura fundada na valorização do espírito de todos os seres humanos em conexão com a natureza, nos conectamos na visão de que é possível potencializar e renovar nossa vivência sustentável como cidadãos planetários, trabalhando a partir do bairro.
Dessa forma, podemos criar juntos momentos nos quais “compartilhar o sagrado seja um serviço ao bairro”, que possa gerar mudanças e desenvolvimento de consciência para todos em nossas comunidades locais.