Se essa rua fosse minha…

Nesse início de ano, o Ecobairro recebeu em sua sede os estagiários do Curso de Educação Gaia, para exercitar as quatro dimensões desta educação: Social, Ecológica, Econômica e Visão de Mundo para a vizinhança da Rua Dr. Luiz Azevedo Filho. Foram vinte e quatro horas intensas, permeadas de alegria e cooperação — seis horas por sábado.

No primeiro sábado, buscamos definir quais as necessidades da vizinhança, sem antes escutá-la. Um dos princípios da cultura de paz é ouvir para compreender. Desenvolvemos, então, um questionário com oito perguntas, o DNA Ecobairro, para iniciar o diálogo. Decidimos enviar uma carta informando nossa iniciativa e objetivos.

No segundo sábado nos dividimos em duplas para realizar a pesquisa de porta em porta. A recepção das pessoas variou bastante, em algumas casas fomos bem atendidos e os moradores foram bem favoráveis à ideia de se tornarem multiplicadores de uma causa nobre; em outras encontramos pessoas céticas em relação às mudanças argumentando que elas custam dinheiro, por isso é melhor não mexer.

Durante as visitas entregamos um kit simples e sustentávei: a Cartilha Conheça Seu Vizinho e as Dicas de como Plantar Árvore, desenvolvidas pela Secretaria do Verde. Além de um adesivo para ser colocado próximo da torneira, uma maneira de conscientizar sobre a importância de economizar água.

No terceiro sábado, abrimos o nosso portão para apresentar à comunidade o resultado da pesquisa. Servimos comidinhas, estimulamos o diálogo para identificar o que poderíamos fazer pela nossa rua, pois, no próximo sábado, a tarefa era realizar algo que marcasse a nova fase da rua. Ficou decidido que pintaríamos de branco, símbolo da paz, as guias e os postes.

No quarto e último sábado, dia da primeira intervenção na rua, pintamos com alegria, amor, confiança, esperança e dedicação. Vizinhos começaram a chamar os mais amedrontados; outros trouxeram água. Alguns que caminhavam pela rua, achando interessante o que estava acontecendo, diziam que da próxima vez participariam. Outra parte da vizinhança, a dos prédios, acompanhava o movimento; tudo num clima de muita alegria. E a natureza nos surpreendeu naquela tarde: não choveu!!!

Tudo isso aconteceu na certeza de que a rua não é da prefeitura, nem minha ou sua… É nossa! Quando falamos e vivenciamos aquilo que é nosso, a cooperação se instala, a crítica desaparece, a alegria reaparece. E, de mãos dadas, a vizinhança faz a mudança tão esperada, enquanto a beleza é celebrada. Isso é sustentabilidade, é a cultura de paz. Entre nesse movimento e conte conosco!

Lara Freitas e Paullo Santos – Coordenadores Ecobairro – O Planeta é a nossa Casa.

www.ecobairro.org.br . Fone: (11) 2578- 7254